Nossa Senhora

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Pintura s/madeira

sábado, 16 de fevereiro de 2019

Exposição "MÁSCARAS e CARETOS"

Exposição de Pintura a decorrer até 9 Março, em 
"Côja-Editorial Moura Pinto-Espaço Fernando Valle"



Sobre a autora Carlos da Capela escreveu:


A beleza habitável das mascaras
(Sobre a obra de Amália Soares)

A maneira sábia com vive os dias mais aziagos, o optimismo militante corno encara os dias, todos os dias, fazem de Amália Soares - e da sua pintura - urna experimentação de pura alegria que contagia também quem dela se aproxima.

Amália Soares, artista que foi toda a vida, mesmo quando afastada do cheiro das tintas e do seu manuseamento. fruto de circunstâncias da vida e de preconceitos de uma época, com o seu singular espírito inquieto, sempre tem interrogado tudo. E esse seu espírito curioso per tudo, espírito de leitora compulsiva, atenta a todas as manifestações culturais, que assim jamais pode deixar essa inquietação, essa constância de perguntadora do mundo.

E são as tintas e os pincéis as ferramentas que utiliza para nos interpelar com a multicolor paleta que a sua pintura nos propõe, aconchegada ao imaginário popular, o que nos poderia levar a pensar numa possível ecopintura.

0 mundo é amplo e variado, todos a sabemos. Hoje aqui na Editorial Moura Pinto, com as suas múltiplas deambulações pelas manifestações culturais do nosso povo, Amália Soares mostra-nos máscaras. Máscaras com que o povo se veste para enfrentar as demónios que lhe infernam a vida, mas que também dão o saber aos dias em que os santos dançam com todos os demónios.

A pintora leva-nos a olhar estas máscaras, propondo outra realidade, que medeia entre os nossos sonhos e as nossas mais longínquas memórias do Entrudo da nossa infância.

Aprendemos mais sobre nós com esta pintura do que com todos os planos para qualquer coisa e coisa nenhuma.

Aprendermos muito nesta revisitação a nossa cultura e suas práticas,reinscrevendo-as na nossa memória, e inventando-as de outra forma na memória que há-de vir.

Esta abordagem as práticas culturais do povo aponta-nos o sentido de uma sempre renovada esperança que sabe que e pela beleza que o mundo se tornará mais habitável, como já alguém profetizou, desiderato para a qual Amália Soares vai contribuindo com o seu trabalho.

Não foi Carlos Amaral Dias quem escreveu que a cultura é “o copo onde se põe o vinho dos afectos’?

Carlos da Capela,